Pular para o conteúdo principal

Construção vive novo milagre econômico do Brasil



Uma nova onda de investimentos públicos e privados renovou os ânimos da construção civil, que tem batido recordes de produção e emprego mês a mês. Depois de atingirem o fundo do poço na depressão financeira dos anos 80 e 90, agora as construtoras comemoram um novo "milagre econômico", a exemplo do que ocorreu na década 70.

Entre 2003 e 2008, o valor total das obras do setor teve crescimento real (descontada a inflação) de 60% - bem acima dos 26,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no período. O forte movimento foi impulsionado especialmente pela retomada das construções para o setor público, cujo avanço foi de 69,5%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os projetos da iniciativa privada, que respondem pela maior parte do volume total de obras (56%), cresceram 54,6%.

Toda cadeia da construção civil representa 9% do PIB total do País (só a construção civil, 5%). Embora na década de 70 essa participação tenha atingido 15%, hoje o volume total de obras é muito maior, afirma o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Simão. "Estamos num momento muito especial. Com o avanço de novos projetos, esperamos um crescimento de 9% no PIB do setor este ano."

O executivo comenta que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma espécie de grife do atual governo que anda mais devagar que o necessário, ajudou a fortalecer o ressurgimento da construção civil, sufocado durante os anos 80 e 90. "Apesar das críticas, o programa foi um indutor do crescimento", afirma a consultora da FGV Projetos, Ana Maria Castelo.

Um exemplo da retomada do setor é a construtora Mendes Júnior, que comandou o milagre econômico na década de 70 e se afundou nas chamadas décadas perdidas. Segundo o vice-presidente de mercados da empresa, Sérgio Cunha Mendes, nos últimos dois anos, o faturamento da companhia quase dobrou.

O mesmo ocorreu com a Galvão. Só em 2009, as receitas da companhia avançaram 106%, de R$ 1 bilhão para algo em torno de R$ 2 bilhões. "O resultado foi influenciado especialmente pelo setor de óleo e gás, que cresceu 130% na empresa", afirma o diretor da Galvão, Guilherme Eustaquio Barbosa.

Entre as líderes do setor - Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez -, o movimento não poderia ser diferente. Entre 2008 e 2009, o faturamento das empresas apresentou um crescimento nominal acima de 60%, segundo ranking da revista O Empreiteiro. "Quase tudo que é investido no País é processado pela construção civil. Então, se a economia cresce, os investimentos ocorrem e o setor se desenvolve", afirma o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan.

Se o desempenho foi bom até agora, o que vem pela frente é ainda mais animador, avaliam os executivos das construtoras. Só os eventos esportivos (Copa do Mundo, de 2014, e Jogos Olímpicos, de 2016) e o Pré-Sal vão exigir investimentos de US$ 339 bilhões, além dos R$ 33 bilhões do trem-bala, entre Rio e São Paulo.

Com base nesses dados, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fez uma projeção (conservadora para os números do setor) de crescimento médio anual de 7% entre 2010 e 2013. O segmento de moradias e construções industriais vai crescer 9% ao ano e a construção pesada, 6%.

As empresas, porém, preveem avançar bem mais. "Nossa previsão é manter um crescimento de 25% ao ano nos próximos 10 anos", afirma Barbosa, da Galvão. No caso da Mendes, o avanço será um pouco menor: entre 10% e 15%. Segundo eles, um dos principais desafios para manter esse ritmo da atividade está na mão de obra especializada, que hoje já é um problema.

Além disso, tradicionalmente o setor é envolvido em irregularidades em processos licitatórios, que paralisam obras. Conforme relatório do Tribunal de Contas da União, em 2009 foram fiscalizadas 211 obras públicas, que podem evitar perdas de R$ 1,3 bilhão para os cofres do Estado. Em 2008, 153 obras foram fiscalizadas, com perdas potenciais de mais de R$ 2 bilhões.

Fonte: Estado de São Paulo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Imóvel na praia - conheça o que significa Laudêmio

O que é Laudêmio  É uma taxa a ser paga à União quando de uma transação com escritura definitiva de compra e venda, em terrenos de marinha. As taxas de ocupação ou foro são pagas anualmente, divididas em cotas. Os possuidores de imóveis localizados em áreas de marinha dividem-se em dois tipos: OCUPANTES (tem apenas o direito de ocupação e são a maioria) e os FOREIROS (os que têm contratos de foro e possuem mais direitos que o ocupante, pois têm também o domínio útil) - estão incluídos nessas categorias os moradores da Baixada Santista e demais cidades brasileiras. Conforme Decreto-Lei nº 9.760/1946, são terrenos de marinha em uma profundidade de 33 metros, medidos horizontalmente para a parte da terra, da posição da linha da preamar-média de 1.831:  a) Os situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas, até onde se faça sentir a influência das marés;  b) Os que contornam as ilhas, situados em zonas onde se faça sentir a influência das marés. O que é Fo

Cartilha de Manutenção dos Consertos do Imóvel Alugado

Está na dúvida? Confira aqui quais são as responsabilidades do locador e do locatário As dúvidas são muitas quando se trata de  consertos no imóvel locado  e quem deve arcar com os custos? O inquilino tem obrigação de manter o imóvel nas mesmas condições em que o recebeu consertando tudo que estragar bem como fazer a manutenção anual no imóvel que está sob sua posse direta e cuidar dos pequenos consertos. O locador deve arcar com os custos de tudo que for para manter o imóvel em condições de ser usado pelo inquilino e que o valorize em termos de preço, bem como consertos de grande valor. Pragas urbanas como morcegos, cupim, baratas, ratos etc não são responsabilidade do locador ou locatário (inquilino), devendo quem habita o imóvel tentar conter o avanço com produtos adequados e a perfeita higiene do imóvel. Poderá ser responsabilidade do locador se o imóvel for locado já com uma alta infestação destas pragas. Recomendo que este tipo de problema seja comunicado ao locador d

ETAPAS PARA COMPRAR IMÓVEL ATRAVÉS DO FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO

1. Vantagens do Financiamento Bancário: O financiamento bancário é a forma mais ágil e prática para realizar o sonho da casa própria, sendo a modalidade mais procurada e preferida do brasileiro para compra do imóvel. Para se ter uma ideia, em 2018 mais de 228 mil imóveis foram financiados por essa modalidade. Dentre as vantagens, destacamos: - taxas de financiamento mais atrativas, o que torna mais agradável comprar um imóvel ao invés de pagar por um imóvel alugado, que ao final do contrato de aluguel, não será seu. - o contrato de financiamento bancário já tem o poder de escritura, ou seja, não há custos a mais.   2. O que é o imóvel ideal e como escolher: Comece primeiramente fazendo uma busca por um imóvel que lhe traga os benefícios que são importantes para você e sua família. Recomenda-se fazer um levantamento dos seguintes pontos que serão úteis na sua decisão: - Lazer...vou utilizar e ter tempo para todos os itens que o residencial oferece? - Mensalmente ha